12 de março de 2012

3 em 1 [Sobre o Adeus]

[para rir ou chorar] 
Como é sofrido o adeus, né gente? Quem sabe disso é o Gomez.


[para aumentar o som]
Mas pode ficar um mais fácil com uma boa trilha sonora: "Adieu", da fofa Coeur de Pirate.


[para declamar ao vento]
Dou adeus com "Farewell" de Pablo Neruda, traduzido como "Crepusculário".


Desde o fundo de ti, e ajoelhado 
um menino triste, como eu, nos olha. 

Pela vida que arderá nas suas veias 
teriam que amarrar-se nossas vidas. 

Por essas mãos, filhas das tuas, 
teriam que matar as minhas mãos. 

Pelos seus olhos abertos na terra 
verei nos teus lágrimas um dia. 



Eu não o quero, Amada. 

Para que nada nos amarre 
que nada nos una. 

Nem a palavra que perfumou tua boca 
nem o que disseram as palavras. 

Nem a festa de amor que não tivemos, 
nem os soluços junto à janela. 



(Amo o amor dos marinheiros 
que beijam e partem. 

Deixam uma promessa. 
Não voltam nunca mais. 

Em cada porto uma mulher espera: 
os marinheiros beijam e partem. 

Uma noite deitam-se com a morte 
no leito do mar. 



Amo o amor que se reparte 
em beijos, leite e pão. 

Amor que pode ser eterno 
ou que pode ser fugaz. 

Amor que quer libertar-se 
para voltar a amar. 

Amor divinizado que se chega 
amor divinizado que se vai.) 



Já não se encantarão meus olhos nos teus, 
já não abrandará junto a ti minha dor. 

Mas onde quer que vá levarei o teu rosto 
e onde quer que vás levarás a minha dor. 

Fui teu, foste minha. Que mais? Juntos demos 
uma volta no caminho por onde o amor passou. 

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te amar, 
do que colher no teu jardim o que eu semeei. 

Vou-me embora. Estou triste: estou sempre triste. 
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou. 

... Do teu coração diz-me adeus um menino. 
E eu digo-lhe adeus.

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